Já tinha ouvido todo o tipo de críticas a este filme, desde de "perfeito fiasco" até "simplesmente espectacular", o que confesso despertou ainda mais a minha curiosidade e interesse, naquela vontade que sempre tenho de "ver para avaliar por mim mesma".
Mas, por mais díspares que as opiniões tenham sido, entrei na sala de cinema com as expectativas em alta porque afinal tratava-se de um filme de Quentin Tarantino, e tenho Pulp Fiction, Kill Bill e Sin City entre as minhas películas preferidas.
E eis que, quase 2 horas depois, saí da sala de cinema de opinião própria formada e expectativas ultrapassadas!! Veredicto final: o filme é mesmo bom, ao estilo único e inconfundível do seu realizador.
Tarantino conseguiu realmente uma brilhante reprodução dos designados exploitation movies, que proliferaram nas décadas de 60, 70 e 80. Death Proof faz, como já foi dito por muitos, uma excelente reciclagem temática, estilística e musical das produções série Z ao ponto da película ter sido sujeita a tratamento em laboratório para parecer gasta de tão exibida. Daqui resultam riscos e saltos na projecção, defeitos na cor e no som!!
No entanto, Tarantino fez do filme muito mais do que uma simples recuperação ou reedição dos filmes da série Z e ninguém precisa de ser grande conhecedor deste estilo cinematográfico para poder apreciar Death Proof.
Estão lá os diálogos fortes e afiados de Tarantino, com frases marcantes tão ao seu estilo, e planos muito bem conseguidos. Também como já vai sendo hábito nos filmes do realizador, a banda sonora é um elemento essencial, criando o ambiente certo que vai desde de um Down in Mexico, a dar o mote para uma lap dance até um The Last Race ou Riot in Thunder Alley a acompanhar as electrificantes perseguições na estrada.
Apesar do destaque que a personagem de Kurt Russell, Stuntman Mike, mereceu nas campanhas de divulgação do filme, são na verdade as personagens femininas que tomam o lugar central. São mulheres que agradam especialmente por estarem longe dos usuais protótipos de beleza, e ainda assim serem carregadas de sex appeal e força. Surpreendeu-me a naturalidade com que se desenrolam os diálogos de quotidiano feminino que nos conseguem prender ao ecran apesar da banalidade do conteúdo, ou talvez mesmo por isso!
O filme remata com uma perseguição em que o predador se torna a presa e em que a adrenalina mexe connosco e quase nos dá vontade de tomar parte na acção. Não sei se foi por sermos todas mulheres (não quero ser tendenciosa..lol) mas todas sentimos um "payback wish".
Tenho pena que Planet Terror, de Robert Rodriguez, que juntamente com Death Proof forma o duplo filme de terror Grindhouse (designação dada aos cinemas de categoria duvidosa onde passavam, em sessão contínua, os exploitation movies), não vá ser exibido em Portugal. Estes filmes foram apresentados em conjunto nos EUA mas face às receitas de bilheteira que ficaram muito aquém do esperado, têm vindo a estrear na Europa como filmes autónomos.
Death Proof é sem dúvida um filme a não perder e junto assim a minha modesta opinião à ala das críticas positivas!!
2 comments:
Spoiler alert!!! :D então tu contas a parte final do filme assim sem mais nem menos!!!!
Se eu não tivesse visto o filme levavas porrada!
Xiii!! Mas o que é isto, Sr. Rik? Ameaças de violência? Afinal onde anda a liberdade de expressão?!!? .....mas vá, admito que contar o final de um filme é muito muito annoying mas, mais de um mês depois da estreia, acho que já não conta :D
Eu devia ser realmente a única alminha que ainda não tinha visto este filme :P
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