O homem que copiava!

Sexta-feira fui ver o “O homem que copiava”, um filme do cineasta brasileiro Jorge Furtado.

Apesar de ainda conhecer pouco o cinema brasileiro, todos os filmes que já vi foram bastante bons, tanto a nível de enredo como de realização e de interpretações. E este não foi a excepção!! Simplesmente, adorei o filme!! Tem tudo de bom que um grande filme precisa de ter para nos prender ao ecran e nos envolver durante cerca de hora e meia!

A personagem central, André, é um jovem que vive sozinho com a mãe depois do pai os ter abandonado quando ele era ainda criança. Com poucos estudos, André foi saltitando por vários empregos mediocres e mal pagos mas sem nunca perder a capacidade de sonhar! O início da acção encontra-o atrás de uma fotocopiadora de uma papelaria de um bairro pobre, função que designa por “operador de fotocopiadora”. André tenta impressionar as “gurias”, mas como ele próprio assume, “as gurias são muito espertas e nenhuma sonha em se casar com um operador de fotocopiadora”.

André tem um ordenado pequeno do qual lhe sobra pouco, depois de pagar metade do aluguer da casa e a prestação do televisor mas sonha com muito mais!! Anseia por uma vida diferente sem contudo conseguir definir ao certo o que quer! É nesta rotina insatisfeita de André, que o filme começa, por entre imagens do seu dia a dia repetitivo e os desenhos que faz mas que nenhuma revista quer publicar!

André apaixona-se por uma vizinha, Sílvia, uma rapariga que ele espia todas as noites da sua janela, através dos binóculos!! E é o desejo da impressionar que o leva a fotocopiar uma nota de 50 reais na nova fotocopiadora a cores que o patrão instalou na loja!!

A partir daqui o filme sofre uma alteração de ritmo que nos leva da acção, à comédia e por breves instantes quase rossa o trágico!!

A André e Sílvia juntam-se personagens como Marinês, a balconista “gostosona” que sonha casar com um homem rico e Cardoso, o fala-barato que trabalha numa loja de velharias, a qual designa por negócio de antiguidades com o objectivo de engatar a “gostosa”. Também Antunes, o pai de Sílvia, e Feitosa, o amigo marginal de André, são peças chave para a acção.

Os caminhos de todas estas personagens acabam por se cruzar numa sucessão de coincidências e acasos que não nos deixa adivinhar o final, se não mesmo no fim do filme, momento no qual percebemos como tudo se encaixa!!

“O homem que copiava” é um filme excelente que nos mostra como por vezes os sonhos mais simples podem ser tão complexos de concretizar!!

Para vos aguçar ainda mais a curiosidade, deixo-vos dois videos do filme: o primeiro é uma cena entre Marinês e Cardoso, a qual me arrancou umas belas gargalhadas, e o segundo o momento em que finalmente André ganha coragem para se declarar a Sílvia!!